Depois que virei mãe, perdi minha identidade

Perdi minha identidade ou virei só ‘a mãe do fulaninho’?

Tem dias que a gente se olha no espelho e não reconhece quem está ali. Não é drama, é realidade. A maternidade chega ocupando todos os espaços, e de repente a gente se pergunta: Depois que virei mae, perdi minha identidade ou virei só ‘a mãe do fulaninho’?

E não é que a gente não ame nossos filhos. A gente ama tanto, mas tanto, que se coloca sempre em segundo plano. E esse segundo plano vai ficando tão distante que, quando a gente tenta se reencontrar, já nem sabe por onde começar.

Ser mãe é tudo… mas eu sou mais do que isso, né?

A maternidade muda tudo. E sim, é a melhor bagunça que já fizemos. Mas quando tudo gira em torno do filho, a mulher que a gente era vai ficando de escanteio. Parece que nosso nome some, nosso gosto musical some, nossa identidade inteira é substituída por “mãe do fulaninho”.

Passo a passo pra lembrar que você existe (e brilha):

  1. Liste cinco coisas que você amava fazer antes da maternidade.
  2. Escolha uma delas pra retomar ainda essa semana, nem que seja por 10 minutos.
  3. Olhe suas fotos antigas e tente lembrar do que te fazia feliz.
  4. Não se culpe: buscar a si mesma é também um ato de amor pelos filhos.

Eu lembro que fiquei um ano sem ouvir minhas músicas preferidas porque achava que “não combinava com o universo baby”. Um dia, coloquei Marisa Monte pra tocar e chorei de soluçar. Não era tristeza. Era reencontro.

Entre fraldas e boletos: onde foi parar a mulher que eu era?

Não é só sobre o corpo que mudou, ou o tempo que falta. É sobre se perder num monte de rotinas que não dão espaço pra gente respirar como mulher. Fralda, mamada, pediatra, supermercado, trabalho, boletos… e quando sobra cinco minutos, o que a gente faz? Dorme, se der.

Passo a passo pra recuperar sua voz nesse caos:

  1. Agende um tempo seu na semana como compromisso inadiável.
  2. Escreva um diário, nem que seja uma frase por dia. Sua voz importa.
  3. Use roupas que você gosta, mesmo que só você veja.
  4. Encontre espaços seguros pra conversar sem julgamento.

Lembro que um dia meu marido perguntou: “O que você quer fazer hoje?” e eu travei. Não sabia mais responder essa pergunta. Foi aí que entendi: perdi minha identidade ou virei só a mãe do fulaninho? Era hora de buscar um pouco de mim. Eu pensei… pronto. To ficando é louca!

Aliás, se você está nesse momento, aproveita e confere este outro artigo aqui do blog sobre saúde mental que casa direitinho com o que a gente vai conversar aqui. Clica aqui

Me chamavam pelo nome, agora sou só ‘a mãe do fulaninho’

Na escola, no parquinho, na festinha: você virou “a mãe do fulano”. Sua identidade vira sobrenome de criança. Pode parecer bobagem, mas com o tempo isso pesa. Não que a gente não tenha orgulho, mas também temos nome, história, vontades e uma vida que existia antes do RG mudar pra “responsável legal”.

Passo a passo pra se apresentar de novo ao mundo (e a si mesma):

  1. Quando puder, se apresente com seu nome e algo que você faz ou gosta.
  2. Reative alguma paixão antiga: dança, leitura, artesanato, o que for.
  3. Dê um rolê sozinha. Sim, sozinha. Nem que seja na padaria.
  4. Escreva sua história. Em posts, em bilhetes, em mensagens. Ela vale ser contada.

Eu fiz isso com o Instagram. Criei um perfil fechado só pra escrever sobre o que eu pensava da vida, da maternidade, da mulher que eu ainda era. Foi tipo terapia com filtro e emoji.

Conclusão: você não deixou de ser quem era. Só ficou um pouco escondida

Ser mãe é um papel gigantesco, mas ele não apaga todos os outros que você já teve e ainda vai ter. Quando você se pergunta perdi minha identidade ou virei só a mãe do fulaninho?, na verdade está pedindo um reencontro com você mesma.

E esse reencontro vem aos poucos. Em pequenas atitudes, pequenos resgates. Às vezes vem no choro, às vezes numa risada de madrugada enquanto o mundo dorme. Mas ele vem. E você está mais perto do que imagina.

Eu vi este vídeo no youtube, sobre como recuperar a sua identidade: clique aqui e me senti profundamente tocada. Quis compartilhar com você porque sei que muitas de nós precisamos desse lembrete: a gente ainda está aqui. E merece ser vista, ouvida e lembrada.

Agora me conta aqui nos comentários: você também sente que perdeu um pouco de si? Vamos juntas nessa busca por quem a gente ainda é, mesmo depois da maternidade.